O limiar intermitente entre o ar que entra, oxigena o corpo
e o sopro de partir. Um intermitente interminável. O simples pulsar que para. O
parar por um segundo. O estar e não estar. O ficar e ir. O gritar e falar
baixinho. A criatura que parte sem dizer nada. O nada que se transforma,
transmuta, transcende, pula baixinho e canta. Um passarinho que bebe água, aninha-se,
voa e revoa. Algumas palavras soltas que organizam-se num papel em branco, o
relato do facto. O facto que já aconteceu e vai acontecer intermitentemente, até
o fim do pensamento. A criatura que sobrevive. A criação que transforma-se e se’cria.